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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais.

Silêncios

Regressões

29.04.25, Maria Ribeiro
  Fotografia minha, 2025   Prosto-me aos pés das montanhas, tapada pelo céu. Embalada pelo canto da água que jorra para o tanque. Recordo outra casa não muito distante. Assim... Que provoca em mim, o efeito do abraço, do beijo ao deitar, tão reconfortante. Os cheiros penetram-me na alma e arrebatada. Sinto-me à beira das lágrimas, mas assaz controlada, sei que não será o meu pranto a resolver a saudade. Embora dos que me rodeiam, todos compreendam. O quão grato me é (...)

No calor das noites geladas.

24.04.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Unsplash   No calor das noites geladas. Quando a chuva cai desenfreada. O vento investe sobre a terra. Atinge estruturas. Enche vazios de ar. Serenamente na minha cama deitada. Deambulo pelas ruas vazias. Repletas de candeeiros que choram sozinhos. Abandono o corpo errante sobre um banco molhado. A pele isenta ao beijo gelado das grossas gotas que me deixam encharcada. Fito as estrelas que, empertigadas de ousadia, enxotam as nuvens e brilham. Recordo a vida de trás para a (...)

Obrigada Santo Padre!

23.04.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Renascença   Adormeceste! Fechaste os olhos e cansado, suspiraste aliviado, desse carregado fardo, que há tanto carregavas.   Sozinho! Rodeado de milhares, atendeste as suas súplicas. Resolveste as exigências d'outros, edificaste pontes, anulaste fossos, deste de ti o melhor. Mais e mais, a cada ano davas. Por onde passavas. Alertando. Lutando!   Sobre as massas espalhando,  sempre! E atrás de ti deixando... Esperança e amor!     

Quinta- Feira Santa

17.04.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Aleteia   Senhor! Tu que já conheces o Teu destino. Deixa-me levar-Te a cruz. Secar-Te as lágrimas que não vertes. Limpar-Te o rosto, sem pedires. Dar-Te de beber. Levantar-Te quando tropeças. Afastar de Ti esses que, às avessas na vida, não sabem o que fazem. Nem quem são. Apesar dos cargos ou das suas vestes. Os outros... Que Te veneravam há pouco. Receberam com cânticos e folhas de palmeira.  Esses... Que quando interrogados viraram o bico ao prego, tornando se (...)

Deixa-as oscilar ao vento

13.04.25, Maria Ribeiro
      Fotografia minha, 14 de Fevereiro, 2025   Não compres flores para mim. Não as cortes, nem maltrates. Deixa-as respirar livremente. Tornarem-se de pequena semente, em majestosos jardins. Onde as crianças sorriem, quando pelas mãos dos pais passeiam. Todos que os frequentam se encantam com tão singelo ornamento. Há fontes, lagos e barcos, com casais a namorar. Árvores mais velhas que nós, que dão sombra a quem se senta, nos bancos por ali espaçados.  E carreiros (...)

Sede

11.04.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Gelpi // Depositphotos   Cede-me os teus lábios. Porque me urge beber. Um pouco do amor que jorra dessa boca pecadora, que me provoca calafrios e deixa sempre a ferver. Assim carnudos quais cerejas. Sussurra que me desejas. Ajusta-me bem ao corpo, mata-me a sede de ti. Beija-me do topo à base. Parando aqui e ali. Franquear-te-ei a entrada. Na parte mais recatada que trago sempre trancada, mas abro entusiasmada para ti. Cede-me os teus lábios depressa! Porque a (...)

Encruzilhadas

08.04.25, Maria Ribeiro
  Creator: bramjanssens | Credit: AI-generated image, Freepik    Sobem os dias por mim acima. Qual criança que quer colo. Eu com as tardes a meio. E as noites mal dormidas.   As encruzilhadas da vida... Para tecer em pano alvo,  sem linha nem bastidor. Algumas histórias d'amor.   Umas quantas decepções. Vou lidando com as horas, cosendo minuto ao segundo. E vendo chegar as estações...   Despeço-me daquele mundo em que vivemos em tempos. Sem antever no que temos,  que (...)

Honrar Pai e Mãe

07.04.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Minha Biblioteca Católica, Redação MBC   Entre lágrimas em comum. Outras choradas sozinha. Sessenta anos decorreram, outros mais aconteceram, para os dois... Pai e Mãezinha. Não chegarei a fazê-los. Ou quem sabe lá chegarei. Relembro como foi vê-los, firmarem novamente os votos, entre família e amigos. Diante do bom Jesus e da sua linda Mãe.   Quando o teu par te deixou. Foste ainda maior que eras. Dedicada a filhos e netos, felicíssima pelos, bisnetos, Afogast (...)

Já não há histórias de amores.

05.04.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Wikipédia   Já não há histórias de amores. Vão morrendo os seus escritores. Ignorado o que é sentimento. Vive-se no táctil momento, em que as cartas não têm lugar. E quando se quer amar não adepto do cara a cara, emitir uma fala, rimar. O contacto é fortuito. O comprometimento nenhum. É chegar, vencer e zarpar. E aos amores de antigamente, cantados pelos poetas. Acham-nos exagerados, patetas.   Ridicularizado quem ama.  Banalizado o amor... Apaga-se-lhe de todo (...)

Desalinho

04.04.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Tempo.pt   Pouco me pesa o do outros. Mais pesa degrau ou estrada, Regozijo-me com os astros, E em andar desalinhada.  Dizem-me bastante os campos. O mar, o céu e a vastidão, Lobos, teias e pirilampos, Ver as searas em convulsão. Dizem-me muito as estrelas. Como escutar os rouxinóis, Chuva a bater nas janelas, Eu a ouvi-la entre lençóis.   Pouco me pesa o dos outros. E de ambição moderada... Pouco agrada ir aos molhos Defino-me desalinhada.