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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Tons neutros de mim

19.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: alanjyk/ Pinterest, Madre a Fina, Fernanda D`Angelo   Nasceu cinzento este dia. Trazendo uma fresca harmonia, aos meus sentidos febris. Com ele, memórias subtis, da felicidade experimentada em cada madrugada assim...   Em que ainda recostada, fantasio acordada. Entrelaçando sonhos em tranças.  Recupero forças e esperanças. Sinto-me um Eu, mais feliz.   É como se o nevoeiro, fosse-se-me alma e o corpo inteiro. Nestas manhãs inconclusivas... Em que todas as formas (...)

Antes que o Mundo acabe

18.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Vecteezy   Antes que o mundo acabe. Deita-te sobre mim e descansa. Ouçamos os nossos corações destroçados. E dos nossos corpos cansados, façamos troça. Antes que o mundo acabe. Sem sermos poetas, pintores. Outra espécie de heróis. Ambos deitados. De roupas, os dois despojados. Lembremos uma aguarela, sem o bordo de uma tela. Contra o branco dos lençóis.    Antes que o mundo acabe. Prolonga-me. Estende-te. Agarra-nos! Mas que nenhum saia daqui, para buscar-nos ond (...)

Fera Acirrada

18.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Freepik, meghla587   Ah, não me perguntes quem sou? O que quero. Aonde vou. Se o meu querer é sincero? E nada tenho, mas dou. Não me meças em centímetros. Condenes em metros quadrados. Chames aos meus procederes avoados. Talhes sempre pelos mínimos. Quem nunca se quis medida nem granjeou predicados. Deixa-me ir, não me refreies. E nunca por mim receies. Porque nasci indomada. Com metade da alma humana. O resto de fera acirrada.   Não te chegues, p'ra afagar-me. (...)

Relativamente a...

15.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Freepik   Agora tudo é relativo. Paz. Mesmo a paz sobressaltada ainda. O que for e quiser ser. Relativizo-o. Agora amares-me ou não é relativo. Pacífico. Como o meu passo. Que apresso muito raramente. Agora tudo. É quase indiferente. Importante. É ver-me. E querer-me. Sem esquecer aquilo de que não abro mão. Agora continuo rajada. Que almeja ser brisa mansa. Trovejo. Mas de imediato vejo, que chorar é desperdício. Já a chuva, um ganho imenso.   Agora cabem-me (...)

Juntos

14.02.25, Maria Ribeiro
  "Home is where you story begins" Imagem: iStock, credid Froggy Frogg   Mais que dizer que te amo. Apregoá-lo. Floreá-lo ao escrevê-lo. É silenciá-lo. E fazê-lo. Mais que palavras. Promessas e gestos. O cúmulo dos anos. Seguir lado a lado. Viver sem cabrestos.   Mais que me descaracterizar. Ter de cultuar-te. É apenas viver.  Saber ouvir. Dar sentido a sentir Fazer disso uma arte. Muito mais que supor. Quem és longe de mim? É confiar no autor. Que nos mantêm juntos. Caminhan (...)

Não serventia

07.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Vecteezy, by Yganko     Servem-me as mãos pratos que alimentam toda a gente. Confeccionados com sabor e pitadas de amor quente. Servem-me as mãos para crochetar e laçada após laçada,  a linha reproduzir a figura desenhada. Servem-mas as mãos para afagar Para dar colo e proteger. Servem-me as mãos para estender Roupa após lavada numa corda, de enfiada. Servem-me as mãos para grafar. Palavra sobre palavra. Rimas e prosas tecer, como necessita o inquieto, Desfasado do (...)

Amores quilhados!

06.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Pexels, Alexander Krivitskiy   Não!  Não era depressão. Nem a falta de afeição. Toque que satisfaça. Era uma saudade madrasta. De algo não conhecido. E tão-só imaginado. O coração apertado. Falta de apetite constante. Uma insónia permanente. De... Alguém que permanecendo distante. Completamente ignorante. Do que outro alguém sentia. Vivia em harmonia. Amava outro ser semelhante.      

Jeito Bravio

05.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Freepik     Antes que a vida acabe. Perdoa-me a ousadia. Ser volátil. Fugidia. O aborrecer-me com pouco.   Releva o meu lado louco. Deixa-me livre a contento. Correr com os lobos e o vento. Ser como as nuvens e o rio. A fluir sem se cansarem, naquele seu jeito bravio Ser como a pedra molhada. Pela chuva açoitada. Exposta ao rigor da geada. Pela bátega beijada. Que acaba luzidia.    Perdoa-me não ter tempo para amar-te. Que o tempo é lesto a passar. E não volta (...)

Desobrigação escrita

01.02.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Reddit, Ladycrow83   Desobrigo-vos de lembrar-me. Atribuir-me existência. Desobrigo-vos da ciência, de bem-querer-me. Desobrigai-vos, pois, de acusar-me. Humilhar-me. Atolar-me. Em lodos e areias movediças. Atribuir-me frases (...)

Um punhado de poeira

31.01.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Dreamstime   Trago nas mãos a água das ribeiras. Nos olhos as asas dos pássaros. No nome as escarpas que brotam da terra e roçam o céu. Um tanto de rajada e na alma mortificada a luz como o breu. Com tanto de vento em mim. Vim ao mundo assim... Um punhado de poeira. Sem eira, nem beira. E nada de meu. Mas no rosto quando me pousam as lágrimas de uma pernada orvalhada. E aos ouvidos chega o planar das aves na despedida. Sei que possuo tudo que importa na vida. E (...)