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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Banco Fantasma

10.12.24, Maria Ribeiro

 

 

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Imagem: HallHere, Elizium

 

Agora que a Vida jovial e apressada,
me acena à janela
e pela carruagem é levada. 

 
De madrugada na estação,
ainda nublada,
dia afora, noite adentro...


Partem mais comboios que os que chegam.
Só eu, as folhas e o vento,
o rosto da solidão e do silêncio,

Permanecem comigo.
Dando-me mais conforto,
que o casado grosso sob o qual me abrigo.


Parece que o Futuro não tem mais nada para oferecer-me.
Poderei sentar-me.
E abandonar-me.


Também...
Naquele banco velho, polido de usado.
Enquanto no ar silva o assobio do comboio, afobado.

 

Agora um fantasma na linha.
Com eu sentada.
Ali, sozinha.

Talvez haja esperança.
Sobrevenha encanto.
Amanhãs risonhos, para lá do banco.