Banco Fantasma
Imagem: HallHere, Elizium
Agora que a Vida jovial e apressada,
me acena à janela
e pela carruagem é levada.
De madrugada na estação,
ainda nublada,
dia afora, noite adentro...
Partem mais comboios que os que chegam.
Só eu, as folhas e o vento,
o rosto da solidão e do silêncio,
Permanecem comigo.
Dando-me mais conforto,
que o casado grosso sob o qual me abrigo.
Parece que o Futuro não tem mais nada para oferecer-me.
Poderei sentar-me.
E abandonar-me.
Também...
Naquele banco velho, polido de usado.
Enquanto no ar silva o assobio do comboio, afobado.
Agora um fantasma na linha.
Com eu sentada.
Ali, sozinha.
Talvez haja esperança.
Sobrevenha encanto.
Amanhãs risonhos, para lá do banco.