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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais.

Silêncios

Coloquialismos

26.08.25, Maria Ribeiro

 

Portugal a arder

Imagem: Portugal a Arder, Carlos Narciso

 

 


A passo acelerado para o Outono.
Eles vivem aventuras mil em lugares de sonho.
Indiferentes ao negro, fuligem e pó.
Ciscos amputados pelos olhos dentro de quem combate só.
Apura o saldo aos anos de vida que tem para viver.
Desanimado por reconstruir, para ver arder.

Enquanto numas terras o Outono nos parece ter já chegado.
Noutras, brilha o sol a pino, o solo é queimado.
Nas praias fluviais, termas, “spas” e hotéis bebendo e cavaqueando.
Tiram-se fotografias, tecem-se considerações com os coiros a salvo.
E se parece fazerem-se de lugares e de povoações puro tiro ao alvo...
O problema é de quem lá está, passa-lhes ao lado.

A dias de mudar a hora, de ficar mais escuro.
Eles rumam de barrigas cheias para porto seguro.
Gratos e descansadinhos em mais um Verão.
Em que muitos choram, fazendo contas à vida, sem casa e sem pão.
Mas por onde eles habitam nada se queimou...
A vida continua e com saldo na conta mais um Verão passou.

 

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