Equivalências
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Um dia tornar-te-às mestre a ler os meus silêncios e adivinhar-lhes a hora de maior introspecção. Nesse dia seremos fluentes no idioma do olhar nos olhos, ainda que ambos olhemos em frente a linha indistinta do horizonte.
Aprenderemos a fala das mãos esvoaçantes no ar. Que sem se tocarem, estar próximas, se acariciam. A sinalética dos lábios abertos num sorriso cúmplice, cuja causa só a nós diz respeito.
Os meus silêncios deixarão de ser-te soturnos e estranhos, passando a ser nossos. Preciosos e intransmissíveis! Manteremos longas conversas sem emitir um som.
Unos como não existe proximidade assim nesta distância total, seremos únicos num comunicar peculiar que o mundo, a quem isto e outras coisas faz impressão, não estará preparado para entender. Nem adoptar.