Falsa Companhia
Imagem: Terra
Cumprem-se os dias como estipulado.
Fecham-se ao crepúsculo as flores a que tal, está determinado.
Persistem abertas as que despertas partilharão segredos ou contarão estrelas.
Enviarão pétalas no vento para lugares incertos.
Adornam paredes e insistem crescer entre pedras e frestas.
Um pouco, por todo o lado.
Cumpro-me eu.
Que decidi há tempo que não quero saber.
Tempo que imóvel, calada. Parecendo dormir, assim isolada, continuo a escrever.
Tempo que volta e meia teima puxar-me para trás.
Servir-me a saudade gelada em copos de shot,
com um dedal de aguarrás.
Tempo em que escolhi seguir os que não contam para coisa nenhuma.
Vagueiam assobiando sonhando pelo mundo no meio da bruma.
Acordam estremunhados beijados pelas ondas.
Sob os pingos das árvores, em leitos de caruma.
Alheios a si e a quem os define.
Acham na Solidão a companhia sublime.
Cumprem-se os sós na realização desse afastamento mágico...
Inatingido pelos atolados em falsa companhia.