Fusível Fundido
Imagem: Guia do Sobrevivente
Com a costumeira ignorância
Explora-se até à exaustão.
A indecente ganância,
de um povo que só se queixa.
Esgotando-nos a paciência,
sempre que leva um abanão.
Esvaziando prateleiras.
Cerrando em lojas fileiras.
Correndo quais desvairados.
De prepotência atolados,
sem olharem para os lados,
durante o apagão.
E foram pilhas, lanternas.
Geradores, água, enlatados.
Papel para limpar o rabo.
Não fosse o fim do mundo,
tecê-las...
E apanhá-los cagados.
Todos os dias há gritos.
Porque os salários são baixos e o povo já está cansado.
Acontece um imprevisto.
E parecem todos ricos.
Correndo que nem hienas,
para as portas do supermercado.
Se o mundo acabar e eu cá estiver, só quero...
Um primeiro-ministro sincero.
E morrer junto dos meus.
Notícias dadas a tempo, para dizer-lhes que os amo.
E o resto que seja breve,
com a graça do bom Deus.