Histórias que o queriam ser
Os dias vão por um lado e eu por outro.
Desencontro-me dos dias e das pessoas, refugiada no silêncio das crianças tenras...
Que falar não podem.
Que andar, ainda não sabem.
Entretida com fios de seda fantasma.
Dedos que esvoaçam p'lo ar, como se dedilhassem uma harpa.
Uma guitarra.
Aflorassem as teclas de um piano, como um principiante.
Também eu pareço estar sempre a começar...
Após não saber de todo, o que ainda faço aqui.
Termino as caminhadas que faço e ao terminá-las...
Fecho portas e janelas.
Enrolo o tapete.
Levo a chave [creio eu].
Enganada que a possuo e que esta casa é a minha.
Nunca foi.
Enfim...
Ai, de mim perdida uma vez mais.
Seguindo por um caminho por onde os dias não vão.
Deixando e sendo deixada por pessoas que nunca vi.
Gravando nesta espécie de parede, mais um bocado da minha história.
Pensando se todas as histórias que conto, são mesmo minhas... ou histórias, até.
Quantos acreditarão que esta sou eu?
Sem me preocupar os que duvidam. Prender a nenhum.