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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Mais um nada e...

08.01.25, Maria Ribeiro

 

Woman showing sadness in lonely place | AI-generated image

Imagem: Freepik, generated with AI

 

Agora tudo se torna pequeno. Indiferente. O que me altera as pulsações, traz ao rosto a sombra do desalento, tanto mais sofrido a cada ano, que descompõe, é a falta dos meus pais. Ao pé disto é tudo irrelevante. Desfaz-se como a névoa perante um simples raio de sol mais teimoso e queimante.
Agora dou ainda mais valor aos olhares que veem através nós. Ficam para lá do que houver porque se reveem nas falhas e nos esforços diários comuns. Sentem-se igualmente aceites sem as costumeiras merdices que outros alegam superiores para "ir, andando". Sempre nos píncaros. Pobres em espelhos. Ou saberiam que nos fizeram a todos de água e pó. Caminhamos para o mesmo fim. Tivesse o começo de cada e a estadia aqui, sido dos mais diferenciados.
Agora o que os outros pensam sobre mim é deles. Só deles. Tanto é deles que nunca o recepciono e se não repararam ainda, lá virá o tempo. Vem sempre!
Agora. Ai, agora! Continuo a amar perdidamente! Num tudo ou nada avassalador que lancina. Mas nunca matou. Embora ameaçasse. Como cão que ladra e não morde.
Caminho pausada. E estou mais pequena! Reduzidos uns centímetros aos que inicialmente não eram muitos. Agora, há algum tempo, cogito que a vida, a não nos ser eterna, devia ter prolongamento. Ao menos um regime de visitas, breve que fosse. Mesmo com guarda "prisional" presente.
Os que foram fazem-nos uma falta irremediável. Um quarto, meia hora de concessão seria...