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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Máscara

28.11.24, Maria Ribeiro

 

Máscara del Doctor de la Peste

Imagem. Amazon

 

 

Um dia a praga tomou conta de todos os cantos do mundo. Outra vez! Por toda a parte a morte passeava livre e faminta, dizimando famílias inteiras. Noutras deixando cínica e divertida, os mais frágeis, desprotegidos. O mundo inteiro parou.
Um silêncio profundíssimo só perturbado pelas asas dos pássaros instalou-se. As estatísticas diárias cresciam sem ver-se-lhes no horizonte o pico. Os cadáveres amontoavam-se nas morgues. A Humanidade perdia a guerra sem arma à altura para travar a luta de igual para igual, ganhando um combate que fosse.
Nas janelas por toda a parte floresciam faixas de tecidos vários. Rostos pálidos e olheirentos atreviam-se cantar melopeias em coro. Mãos de todas as cores, feitios e tamanhos saltavam oceanos e continentes dando-se, troando nos ares. A Terra recuperava o seu fulgor. O ar tornou-se mais fluído, agradável e nítido.
Havia muitos anos que as gentes do mundo inteiro não respiravam em uníssono. Remavam para o mesmo lado. Comprometidos finalmente em sanar diferenças e esquecer ódios.
Durou um ano! Ano durante o qual alguns deram mostras do que o futuro traria. 

 

 

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