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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais.

Silêncios

Não será por as não ver...

17.06.25, Maria Ribeiro

 

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Imagem: Freepik

 

As árvores que plantei. Quantas e onde não sei,
durante os meus verdes anos.
Devem estar umas mulheres!
De braços elevados ao céu, ou apoiados na cintura.
Todas elegância e altura,
apesar de as não ver...
Sei que vivem. 
Estão por lá!

Ainda me faltava crescer.
Quando à terra algumas, dei.
Sem anotar onde ficavam, as regar ou poder ver.
Espero-as ainda não cortadas, nem beijadas pelo fogo!
Que possam chegar a velhinhas.
Transformar o ar pesado,
em fresco
e puro de novo


Não foram tantas, talvez.
Como as que devia ter plantado.
Hoje cheia de vontade de deitar mão à empreitada e plantar todas e mais
que se houvesse decepado...
Não será por as não ver, um dia, também crescer
desfolhar e florescer,
que darei fim à ambição...
De plantar uma semente, no solo mais descarnado.


 

 

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