Não será por as não ver...
Imagem: Freepik
As árvores que plantei. Quantas e onde não sei,
durante os meus verdes anos.
Devem estar umas mulheres!
De braços elevados ao céu, ou apoiados na cintura.
Todas elegância e altura,
apesar de as não ver...
Sei que vivem.
Estão por lá!
Ainda me faltava crescer.
Quando à terra algumas, dei.
Sem anotar onde ficavam, as regar ou poder ver.
Espero-as ainda não cortadas, nem beijadas pelo fogo!
Que possam chegar a velhinhas.
Transformar o ar pesado,
em fresco
e puro de novo
Não foram tantas, talvez.
Como as que devia ter plantado.
Hoje cheia de vontade de deitar mão à empreitada e plantar todas e mais
que se houvesse decepado...
Não será por as não ver, um dia, também crescer
desfolhar e florescer,
que darei fim à ambição...
De plantar uma semente, no solo mais descarnado.