Nunca fomos um.
Doces eram os teus lábios, como os olhos teus.
Tornado-me cativa de um amor, que nunca me pertenceu.
Volátil foi o tempo em que talvez fosse paixão, o que nos uniu.
Mas hoje reconheço...
Que não quis ser tua, nem que fosses meu.
Lançamo-nos às vezes nos braços de quem se julga amar.
Presos naquele terno enleio do seu abraçar.
Movidos pela labareda do desejo, uma voz sedutora e o seu beijar.
Julgamos ser AQUELE amor, algo...
Que nunca teve, pernas para andar.
Sofremos porque se desata um nó, que não se ousou dar.
Maldizemos ruas e passeios, que nos fizeram cruzar.
Juramos que não recuperaremos, nem voltaremos a amar.
Para mais tarde compreender que... valeu a pena!
Mas não era ali, que tínhamos de ficar.
Haviam no mundo outros olhos e lábios, que nos esperavam.
Talvez também já sofredores, maldizendo a paisagem.
Porém... quando frente a frente, nada mais importa.
Encontramos o nosso chão, paredes e tecto.
A... pessoa certa!