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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais.

Silêncios

Para além da compreensão

14.01.25, Maria Ribeiro

 

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Imagem: Depositphotos

 

A troca de olhares entre ambos reduziu a nada as muitas léguas entre os dois. Uma troca de olhares que só o espaço que os separava notou e anotou para de imediato emendar tal desfeita, cometida, talvez, em nome do ciúme que o espaço sente ao validar a paixão entre duas almas que nada, nem alguém, afasta.
Erguessem-se as muralhas mais altas. Esticassem o tempo, alongassem-se os caminhos, todos palmilháveis. As léguas, muitas, que vão de um, ao outro e custa contabilizar só os aproximam! Como aos que de tão próximos estarem se tocam. Conhecem melhor da cabeça aos pés, almas e corações que todos os nunca afastados.
Debalde lamente-se o espaço. Verta lágrimas de sangue. Morda lábios, engula em seco. Assista desesperado ao nascer madrugada após madrugada, matutando como existem almas que contrariam todas as Leis da Natureza e as da Lógica, eles atraem-se, aglomeram-se, tornaram-se indivisíveis.