Perdoa-me...
Não te disse adeus!
Talvez te devesse uma palavra.
Qualquer coisa...
Perdoa-me se sou fugitiva.
Se o animal em mim, não se doma.
Desconfia e recua.
Não te disse adeus.
Mas... trago-te no coração.
Sem que percebas nada de nada.
Sabes que já pouco espero da Vida.
E no Outono até as folhas abandonam as árvores
e seguem o seu caminho.
Umas pelo ar.
Outras a arrastar-se p'lo chão.
Ainda saudosas do tronco e do ramo... vão.
Não te disse adeus.
Fui-me em silêncio.
Como o lobo solitário, entre o nevoeiro denso.