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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Príncipe Glaciar

19.11.24, Maria Ribeiro

 

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Imagem: Depositphotos

 

Sinistro! Aparentemente normal tinha a alma mais escura que a noite mais densa. O carácter deformado. Por fora, todo ele era aprumado, atencioso e bem parecido.
De nascimento inferior diziam subira a pulso por meio de favores, acordos suspeitos, manigâncias extremas a que poucos ousariam deitar mão. Aparentando grande inteligência, era realmente um atamancado intelectual que disfarçava bem e enganava tudo e todos apresentando as ideias como suas, provindo verdadeiramente de outros que mantinha subjugados pela ameaça.
Não hesitava em torturar, fazer desaparecer ou matar os oponentes. Rodeado de alguns como ele, escolhidos a dedo, pretendia instalar a glória antiga das "grandes figuras" cujo poder era total e transmissível de pai para filho.
Achava-se um Príncipe Glaciar. Dono das estepes imensas. Oceanos e Mares globais. Um covarde pigmeu, frustrado, complexado e estéril. Felizmente!
Não que isso livrasse a Humanidade de "descendência" tão putrefacta como ele, siameses em tudo, que custava imenso a acreditar não terem saído do mesmo útero. Este sem culpa, quiçá de servir de casulo a tão pestilenta e deformada semente.
Banqueteando-se entre sangue, mutilação e mortandade, como quem no Jardim do Éden se senta no cimo da colina mais bela e calma, a degustar o manjar, enquanto nova chuva de fogo se abate sobre a Terra, a voz das crianças se apaga. Campos, aldeias e cidades tornam sítios fantasmagóricos.  

Nota: Escrito no dia da assinatura do decreto que permite o uso de armas nucleares por um pobre coitado, com complexo de ditador.