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Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Respirar, sentir. E ser-nos suficiente..

08.08.24, Maria Ribeiro

 

Folhas, Verde, Gotas, Gotas De Água

Imagem Pixabay, Alazomasif

 

É sobre paz, mais nada. O correr da vida ao correr da pena. Repudiar o sobressalto. Desligar o ruído. Fluir simplesmente como a água entre as pedras contornando-as sem atritos. É sobre respeito. Umas que aceitam a outra, numa coexistência harmónica sem causar entrave. Nem água, nem pedra é mais, ou está acima, no leito do regato. Ambas o compõem e embelezam, seja a sua orientação a montante ou jusante. É sobre a serenidade impagável. O natural direito a ser cascata e não apenas corrente.  
É sobre à pressa da juventude suceder a tranquilidade dos anos maduros. Apreciar na floresta ou jardim a gota que pinga na folha orvalhada. Estender a mão para aparar. Sorrir ciente que se presenciou um milagre e agradecê-lo. É sobre essa urgência dos verdes anos que passam pela folha sem ver. Atravessam o jardim pisando a relva para atalhar caminho. É sobre... respirar. Sentir. E ser-nos suficiente.