Respirar, sentir. E ser-nos suficiente..
Imagem Pixabay, Alazomasif
É sobre paz, mais nada. O correr da vida ao correr da pena. Repudiar o sobressalto. Desligar o ruído. Fluir simplesmente como a água entre as pedras contornando-as sem atritos. É sobre respeito. Umas que aceitam a outra, numa coexistência harmónica sem causar entrave. Nem água, nem pedra é mais, ou está acima, no leito do regato. Ambas o compõem e embelezam, seja a sua orientação a montante ou jusante. É sobre a serenidade impagável. O natural direito a ser cascata e não apenas corrente.
É sobre à pressa da juventude suceder a tranquilidade dos anos maduros. Apreciar na floresta ou jardim a gota que pinga na folha orvalhada. Estender a mão para aparar. Sorrir ciente que se presenciou um milagre e agradecê-lo. É sobre essa urgência dos verdes anos que passam pela folha sem ver. Atravessam o jardim pisando a relva para atalhar caminho. É sobre... respirar. Sentir. E ser-nos suficiente.