Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Silêncios

Talvez poesia. Um sondar d'alma e pouco mais. Fosse eu apenas seria brando, na que escreve não tenho mão.

Silêncios

Não serventia

07.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Vecteezy, by Yganko     Servem-me as mãos pratos que alimentam toda a gente. Confeccionados com sabor e pitadas de amor quente. Servem-me as mãos para crochetar e laçada após laçada,  a linha reproduzir a figura desenhada. Servem-mas as mãos para afagar Para dar colo e proteger. Servem-me as mãos para estender Roupa após lavada numa corda, de enfiada. Servem-me as mãos para grafar. Palavra sobre palavra. Rimas e prosas tecer, como necessita o inquieto, Desfasado do (...)

Amores quilhados!

06.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Pexels, Alexander Krivitskiy   Não!  Não era depressão. Nem a falta de afeição. Toque que satisfaça. Era uma saudade madrasta. De algo não conhecido. E tão-só imaginado. O coração apertado. Falta de apetite constante. Uma insónia permanente. De... Alguém que permanecendo distante. Completamente ignorante. Do que outro alguém sentia. Vivia em harmonia. Amava outro ser semelhante.      

Jeito Bravio

05.02.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Freepik     Antes que a vida acabe. Perdoa-me a ousadia. Ser volátil. Fugidia. O aborrecer-me com pouco.   Releva o meu lado louco. Deixa-me livre a contento. Correr com os lobos e o vento. Ser como as nuvens e o rio. A fluir sem se cansarem, naquele seu jeito bravio Ser como a pedra molhada. Pela chuva açoitada. Exposta ao rigor da geada. Pela bátega beijada. Que acaba luzidia.    Perdoa-me não ter tempo para amar-te. Que o tempo é lesto a passar. E não volta (...)

Desobrigação escrita

01.02.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Reddit, Ladycrow83   Desobrigo-vos de lembrar-me. Atribuir-me existência. Desobrigo-vos da ciência, de bem-querer-me. Desobrigai-vos, pois, de acusar-me. Humilhar-me. Atolar-me. Em lodos e areias movediças. Atribuir-me frases (...)

Um punhado de poeira

31.01.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Dreamstime   Trago nas mãos a água das ribeiras. Nos olhos as asas dos pássaros. No nome as escarpas que brotam da terra e roçam o céu. Um tanto de rajada e na alma mortificada a luz como o breu. Com tanto de vento em mim. Vim ao mundo assim... Um punhado de poeira. Sem eira, nem beira. E nada de meu. Mas no rosto quando me pousam as lágrimas de uma pernada orvalhada. E aos ouvidos chega o planar das aves na despedida. Sei que possuo tudo que importa na vida. E (...)

Pechisbeque

30.01.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Freepik, mockupdaddy-com, gerada por IA   Tanto nome, tanta cara. Usa e abusa quem mente. Que será coisa assaz rara. Saber a qual deles pertence.   Se, no fundo, ainda é gente... Pouca uva, muita parra. A opinar insolente. Como a tonta da Cigarra. Anda em rebuliço o tempo. Como esvoaçam ardis. As línguas bifurcadas de gente. Que é somente... infeliz. E lançam pedradas covardes. Em cada gesto e palavra. Rindo contentes do feito. Como se fossem da sua lavra, os que (...)

Segredo Desvendado

28.01.25, Maria Ribeiro
  Imagem: O Segredo   Fico feliz por encontrares uma luz no teu caminho. Que te permita seguir completo nesta jornada. Preencha o vazio imenso, que a falta de companhia ameaça tempo a tempo, quem sente que está sozinho. Espero que o Amor te bafeje. A Felicidade te, beije. A solidão desvaneça. Mesmo que a dor não se esqueça. Possas novamente viver a pujança da paixão, no corpo de (...)

Tempo(ral)

27.01.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Idyllic   Prometem-nos os homens chuva. Um terrível temporal. O tempo... Doa-nos sol. Um tudo ou nada ofuscado. Como um puto envergonhado. Após pinchar num relvado, o único banco existente. Onde se sentaria gente, antes de vandalizado. Prometeste-me tu um dia, um género de companhia. Se mais, não podia ofertar-te. Mas a Amizade é arte. Como o tempo inconstante. O que se jura num instante, no seguinte já mudou. E eu continuo quem sou. Muito francamente... Um (...)

Sem me saberes sempre contigo

21.01.25, Maria Ribeiro
    Imagem: Homeflora   Hoje o dia é teu! É tua a mágoa. Esta tez carrancuda. O alinho desalinhado na aparência. As questões de sempre. Os arrependimentos do costume. Os desconforto em todo o lado. As lágrimas. A ira que sopra agreste a meu favor. A inabilidade do que fazer ao amor. Se há perdão? Vida além da morte? Não que importe. Mas convinha o reencontro. Cerzir os pedaços rôtos. Continuar o não feito. Estreitar-te no peito. Pentear-te a cabeça rala. Com os lábios (...)

Gata Borralheira

06.01.25, Maria Ribeiro
  Imagem: Dreamstime   Chamam-lhe poeta, poetisa. Ela continua a torcer. A lavar. E a estender. Lençóis, cuecas, camisas. Mexer o tacho. Provar o sal. Servir a sopa. Raspar pratos. Deixá-los de lado a escorrer. Na mente sempre uma rima. Que mal fecha os olhos, lima. Sabe ao acordar, esquecer. Chamam-lhe fantasista, trovadora. Dizem que sabe escrever. Ela qual Gata Borralheira. Faz a cama. Põe a mesa. Limpa o fogão e a gaiola. Acha-se uma sonhadora. Liga o rádio, cantarola. E (...)