Um punhado de poeira
31.01.25, Maria Ribeiro
Imagem: Dreamstime
Trago nas mãos a água das ribeiras.
Nos olhos as asas dos pássaros.
No nome as escarpas que brotam da terra e roçam o céu.
Um tanto de rajada e na alma mortificada a luz como o breu.
Com tanto de vento em mim.
Vim ao mundo assim...
Um punhado de poeira. Sem eira, nem beira.
E nada de meu.
Mas no rosto quando me pousam as lágrimas de uma pernada orvalhada.
E aos ouvidos chega o planar das aves na despedida.
Sei que possuo tudo que importa na vida.
E não peço mais nada.